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Herpes Labial – Causas e Tratamento

O herpes labial é uma doença viral muito comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo Portugal. É caracterizado por lesões dolorosas com líquido que podem surgir na pele e nas mucosas como lábios, ao redor da boca, no nariz e noutras partes do corpo. Neste artigo, exploraremos as principais causas para a ocorrência, a melhor forma de tratá-la e as principais formas de contágio.

A incidência do herpes labial é alta em todo o mundo. Estima-se que cerca de 67% da população mundial com menos de 50 anos esteja infectada com o vírus Herpes Simplex tipo 1 (HSV-1), o agente que causa o herpes labial. Em Portugal, os números são semelhantes, com a maioria das pessoas infectadas pelo vírus nalgum momento da vida.

O herpes labial é provocado pelo vírus Herpes Simplex (HSV).
Existem 2 tipos:
– tipo 1 (HSV1) : responsável pela maioria dos casos de herpes labial
– tipo 2 (HSV2) : mais associado ao herpes genital

O HSV-1 é altamente contagioso e pode ser transmitido através do contato direto com as lesões ativas, pelos beijos, partilha de utensílios pessoais, como copos, talheres, batons, e até mesmo toalhas. Além disso, o vírus pode espalhar-se através do contato com a saliva de uma pessoa infetada, mesmo quando não há lesões visíveis.

Depois da primeira infeção, o vírus permanece no corpo ‘adormecido’, de forma latente e a pessoa pode experimentar manifestações recorrentes de herpes labial ao longo da vida. O vírus pode ser reativado por diversos fatores, incluindo stress, exposição ao sol, febre, trauma nos lábios ou em situações em que o sistema imunitário se encontre mais enfraquecido.

Quais as fases do vírus?

  1. Fase Primária

    A fase primária ocorre quando uma pessoa é infetada pela primeira vez com o vírus do Herpes Simplex tipo 1 (HSV-1). Nesta fase, é comum que ocorra uma manifestação mais intensa dos sintomas. Após a transmissão do vírus, pode levar de 2 a 20 dias para que os sintomas apareçam.

    Durante essa fase, é possível que ocorram sintomas como :
    – dor
    – formação de bolhas com líquido
    – comichão
    – vermelhidão
    – inchaço na área afetada (geralmente nos lábios e ao redor da boca)

    Pode também haver sintomas gerais, como:
    – febre
    – dor de garganta
    – mal-estar

    Esses sintomas tendem a desaparecer em algumas semanas.


  2. Fase Recorrente

    Após a fase primária, o vírus do herpes labial entra na fase de latência. No entanto, o vírus pode ser reativado em períodos posteriores, levando a surtos recorrentes. A fase recorrente é caracterizada pelo reaparecimento dos sintomas do herpes labial. Os surtos recorrentes são geralmente menos graves e de duração mais curta do que o surto primário.

    As lesões podem ser precedidas por sintomas de formigueiro, comichão ou sensação de queimadura na área afetada. Com o tempo, muitas pessoas aprendem a reconhecer esses sintomas iniciais, o que lhes permite iniciar o tratamento antiviral de forma precoce e reduzir a gravidade. As lesões com líquido no interior começam a secar e evoluem para pequenas feridas com crosta que acaba por cair, sem deixar marcas nem cicatrizes.


  3. Fase Latente:

    Após o surto inicial, o vírus do herpes labial migra para as células nervosas e entra em estado de latência. Durante a fase latente, o vírus permanece inativo e não causa sintomas. No entanto, o vírus pode ser reativado em resposta a situações que veremos a seguir.

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Principais catalisadores de herpes labial

Não se sabe bem o que provoca as recorrências, mas pensa-se que estas ocorrem principalmente quando há uma fragilidade do sistema imunitário.

  1. Stress: O stress emocional e físico pode desencadear o herpes labial em algumas pessoas. Situações como problemas pessoais, trabalho excessivo, ansiedade ou eventos traumáticos, podem enfraquecer o sistema imunitário e aumentar a probabilidade de surtos.
  2. Exposição Solar: A exposição prolongada ao sol sem proteção adequada pode ser um gatilho para algumas pessoas. A radiação ultravioleta (UV) pode danificar a pele e enfraquecer o sistema imunitário facilitando a reativação do vírus. A proteção solar do rosto e lábios é fundamental para prevenir novos episódios de herpes.
  3. Doenças e Infecções: Gripes, constipações, febre e outras doenças que enfraquecem as defesas podem desencadear a reativação do vírus.
  4. Fadiga e Cansaço: A privação de sono, cansaço excessivo e fadiga prolongada podem aumentar a suscetibilidade ao herpes labial.
  5. Trauma nos Lábios: Traumas físicos nos lábios, como desidratação, cortes, mordidas ou lesões causadas por acidentes, podem ser um gatilho para o aparecimento do herpes labial em algumas pessoas.
  6. Menstruação: Algumas mulheres podem experimentar episódios de herpes labial antes, durante ou após o período menstrual. As flutuações hormonais durante o ciclo menstrual podem desencadear a reativação do vírus.

Atenção! Mesmo na fase de latência (quando não há sintomas visíveis), o vírus ainda pode ser transmitido através do contato direto com a pele ou mucosas infectadas. É por isso que é essencial tomar precauções para evitar a propagação do vírus, especialmente durante os surtos ativos.

É importante referir que nem todas as pessoas têm sintomas  de herpes labial nos mesmos momentos ou em resposta aos mesmos desencadeadores. 

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Herpes labial –  tratamento

O tratamento do herpes labial visa aliviar os sintomas e acelerar o processo de cicatrização.

Antivirais tópicos, como cremes ou pomadas, podem ser utilizados para reduzir a duração e a gravidade dos surtos;
Antivirais tópicos em associação com corticóides para ajudar na cicatrização;
Hidrocolóides em penso que aceleram a cicatrização e criam um escudo antivírus, para reduzir o risco de contaminação;
– Medicamentos antivirais orais podem ser prescritos em casos mais graves ou recorrentes; 

Não existe uma cura definitiva para o herpes labial, mas o tratamento adequado pode ajudar a controlar os sintomas e reduzir a frequência dos surtos.

Se estiver com infecção ativa deve:

  • Evitar que a pele com lesões toque noutras pessoas;
  • Manter uma boa higiene pessoal, lavando as mãos regularmente e sempre que toque nas lesões ou aplique o tratamento tópico;
  • Utilizar lenços descartáveis para secar as lesões e descartá-los imediatamente;
  • Não partilhar batons, toalhas, copos e talheres;
  • Evitar dar beijos;
  • Ter especial cuidado com populações com risco de infeções mais graves como os recém-nascidos, idosos, pessoas gravemente doentes ou com problemas imunitários;

herpes-labial-virus Herpes Simplex

Qual a relação entre herpes labial e genital?

Embora o HSV-1 seja frequentemente associado ao herpes labial e o HSV-2 seja associado ao herpes genital, ambos os tipos de vírus podem causar lesões tanto na área oral como na área genital. O contágio entre essas áreas pode ocorrer através do sexo oral, especialmente durante os surtos ativos.
Portanto, é essencial usar preservativos e praticar sexo seguro para reduzir o risco de transmissão do vírus para a área genital ou para um parceiro sexual. Em algumas situações devem mesmo evitar-se as relações sexuais se existirem lesões genitais, uma vez que mesmo com utilização de preservativo, pode não haver cobertura de todas as lesões.

 

Em resumo, o herpes labial é uma doença comum em todo o mundo, incluindo Portugal, e está associado ao vírus herpes simplex tipo 1 (HSV-1). O contato direto com lesões ativas e o compartilhamento de objetos pessoais são as principais formas de contágio. O tratamento envolve o uso de antivirais tópicos ou orais para controlar os sintomas. Medidas preventivas, como evitar o contato direto com pessoas infetadas e manter uma boa higiene pessoal, são importantes para reduzir o risco de contágio. Além disso, é fundamental adotar práticas de sexo seguro para prevenir a transmissão do vírus entre a zona labial e outras zonas do corpo. 

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